POEMA: A LINHA ASSANHADA DE Carlos Jorge
Fotos: Lorena Borges
Era uma linha assanhada,
Era um retângulo, um quadrado,
um círculo ou um triângulo.
Era torta, reta, curva, semi-reta.
Inventava e desenhava formas...
Se desmanchou e virou céu...
Se aborreceu e virou sol...
Reta, curva, torta e quase certa.
Certo dia imitou homem...
Não gostou e virou bicho.
Enrolou e enroscou.
Se contorceu para endireitar.
Se engasgou para consertar e embaraçou.
Virou um tanto de coisas grandes, miúdas.Acertou e desacertou.
Rolou pra lá e pra cá.
Quando meu nome, num coração ela formou.
Se você fosse uma linha, o que gostaria de ser?
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